domingo, 30 de setembro de 2018

Is gone

Dessa vez eu não vou conseguir seguir.
Foi um sentimento que me acertou em um dos meus melhores dias, eu não o culpo. Eu não o quero longe e nem o odeio.

Por favor não vá, eu estou forte mas não o suficiente pra aguentar dessa vez. Já passei por muitas idas e vindas, já fui do vazio ao completo. Já senti minha alma querer acalmar e já senti ela querer gritar.
Fazia muito tempo que não me sentia assim, anos e anos. Agora eu sei o que está em jogo e como fui inútil por deixar ir.

Eu não vou aguentar.

Não mais.

Se eu fosse ilustrar esse sentimento ele não teria forma, é algo assustador e está me sufocando, eu não consigo pedir ajuda, eu não consigo me segurar já que a mão que me amparada se foi pra não mais voltar.

Por favor, não me deixe cair, não me faça soltar minha mão da ponta do precipício e sentir alivio por nunca mais precisar sofrer de novo.
Por favor, não deixe que essa escuridão tome conta de novo, não deixe que minha fraqueza me encontre e cuide de mim.

Por favor.
Eu não vou aguentar.
Não mais.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Ser metade

Será que é certo eu esperar por notícias e me abster de perguntar?
Será que é certo eu me conter para te aliviar?
Será que é errado eu tanto me diminuir para caber em um peito que não sustenta meu tamanho?
Será que é saudável eu me moldar para tudo ser tão “natural”?

Me desculpe por minha mente não aquietar, eu sou um turbilhão no tamanho humano. Eu sou o mundo em um grão, não sei ser pouco ou ser o básico. Eu nasci transbordando e passando do limite, eu cresci incomodando por ser mais do que devia, eu fracassei sendo alguém que os outros queriam, eu renasci pregando meus espinhos e cuidando como flor, eu resisto sendo metade do que sou.
Já faz tanto tempo que me moldo pra ser melhor para os outros que minha forma real já está turva e disforme, meu coração que é maior hoje está torto por se encolher em casas pequenas, meus olhos aguentaram a ardência das lágrimas hoje por tanto escondê las de quem se envergonharia.
Não, eu não reclamo. Tudo o que se foi me fizeram ser quem sou, mesmo sendo tão metade e tão falha. Sou eu.

Cansei de ser meio, ser pouco, ser o mínimo.

Cansei de ser a medida, ser a pessoa paciente, suficiente, alegre, inteira para todos e somente meia para mim.

Me deixe ser inteira, me deixe chorar, me deixe rir alto, me deixe olhar, me deixe tocar e sentir, me der ser. Ser quem sou!